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Migração

Voo ininterrupto de 200 dias

Andorinhão-real: quase sete meses no ar, sem pousar para dormir, descansar ou comer

D. OcciatoAndorinhão-real: quase sete meses no ar, sem pousar para dormir, descansar ou comerD. Occiato

Duzentos dias voando ininterruptamente, sem descer à terra firme ou ao mar para comer, descansar ou dormir. Parece impossível, mas não para uma espécie de andorinhão europeu, que mede em torno de 20 centímetros e pesa cerca de 100 gramas. Segundo estudo de pesquisadores do Instituto Ornitológico Suíço e da Universidade de Ciências Aplicadas de Berna, o andorinhão-real (Tachymarptis melba) é, comprovadamente, a  primeira ave capaz de se manter tanto tempo em pleno voo sem recolher as asas e fazer uma parada (Nature Communications, 8 de outubro). O andorinhão faz uma migração que o leva a deixar a Europa às vésperas do inverno, atravessar o deserto do Saara e se instalar na África Ocidental. Durante a viagem, a espécie fica quase sete meses no ar, batendo asas ou planando. Com o auxílio de sensores instalados nos animais, que se alimentam de pequenos insetos, os cientistas obtiveram dados que indicavam a localização e a altitude de três exemplares do andorinhão ao longo da jornada para fugir do frio. Por cerca de 200 dias, antes de se engajarem em atividades reprodutivas, estas, sim, desempenhadas em solo, as aves não pousaram em lugar algum.

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