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poluição

Chumbo na América do Sul

Amostra de glaciar do monte Illimani, nos Andes, permitiu medir a concentração do metal na região

Hernan Payrumani / WikipediaAmostra de glaciar do monte Illimani, nos Andes, permitiu medir a concentração do metal na regiãoHernan Payrumani / Wikipedia

A poluição por chumbo causada pelo uso de combustíveis fósseis foi mais intensa nos últimos 50 anos do que em 2 mil anos de história de mineração da América do Sul. Pesquisadores da Universidade de Berna, na Suíça, chegaram a esta conclusão após medirem por espectroscopia de massa a concentração de chumbo – usado na produção de prata entre os anos de 450 e 1900 e de estanho no início do século XX – em uma amostra contínua de gelo retirada de um glaciar dos Andes da Bolívia (Science Advances, março). Depois de 1960, a quantidade de chumbo na atmosfera triplicou, em comparação com o nível de emissão resultante da atividade metalúrgica na região, provavelmente por causa do uso de combustíveis fósseis. “Nosso estudo revela uma queda significante nos níveis de poluição por chumbo depois da proibição da gasolina com esse metal na região dos Andes bolivianos, embora ainda não tenha caído aos níveis naturais”, disse Anja Eichler, uma das autoras desse trabalho, em um comentário para o jornal inglês The Guardian. No Brasil, o chumbo começou a ser misturado à gasolina em 1922 para melhorar o desempenho dos motores, e os debates sobre sua remoção começaram na década de 1970, em vista dos danos à saúde humana. Proibido na gasolina desde 1992, o chumbo pode prejudicar o sistema nervoso e vários estudos já associaram a elevada contaminação desse metal ao aumento da criminalidade.

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