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Revolução de Jasmim

Nobel da Paz premia o diálogo na Tunísia

Quarteto de Diálogo Nacional da Tunísia ajudou a estabelecer processo político pacífico após a Revolução de Jasmim, em 2011

The Nobel Foundation ©Lovisa EngblomO prêmio Nobel da Paz de 2015 foi concedido ao Quarteto de Diálogo Nacional da Tunísia, formado em 2013 por quatro organizações civis daquele país. O anúncio, feito pelo Comitê Norueguês do Nobel nesta sexta-feira, 9, destacou a contribuição decisiva da organização no estabelecimento de um processo político pacífico em um momento em que o país estava à beira de uma guerra civil, com assassinatos com motivação política e agitação social generalizada.

A Revolução de Jasmim, como ficou conhecido o processo que se desenvolveu na Tunísia entre 2010 e 2011, levou à queda do presidente Ben Ali, que ocupava o cargo desde 1987. Começou com protestos populares após o suicídio de um vendedor ambulante, que se matou depois de ser impedido de trabalhar nas ruas por autoridades do país. As manifestações, reprimidas violentamente, resultaram na queda do regime em 14 de janeiro de 2011. O que começou na Tunísia rapidamente se espalhou para outros países do norte da África e Oriente Médio, configurando-se no que mais tarde ficou conhecida como Primavera Árabe.

O Quarteto de Diálogo Nacional da Tunísia é formado por quatro organizações civis: a União Geral Tunisiana do Trabalho (UGTT, um sindicato), a União Tunisiana da Indústria, do Comércio e do Artesanato (Utica, patronato), a Ordem Nacional dos Advogados da Tunísia (ONAT) e a Liga Tunisiana dos Direitos Humanos (LTDH). Juntas, elas desempenharam um papel de mediação importante, permitindo ao país estabelecer, em um espaço de poucos anos, um sistema de governo constitucional capaz de garantir direitos básicos a toda a população, independentemente do sexo, convicção política ou crença religiosa.

Segundo o Comitê do Nobel, “a Tunísia mostrou que instituições e organizações civis podem ter um papel fundamental na democratização de seus países, e que este processo, mesmo sob circunstâncias adversas, pode levar a eleições livres e uma transferência pacífica de poder”. O comitê disse esperar que o que aconteceu na Tunísia sirva como exemplo para outros países em situações de agitação política.

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