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Carreiras

Talentos verdes

Três brasileiros estão entre os melhores em premiação na Alemanha relacionada ao desenvolvimento sustentável

Carreiras 237aDANIEL BUENOO desenvolvimento sustentável e a internacionalização acadêmica são dois temas atuais que, reunidos em um prêmio de âmbito mundial, podem ser muito positivos para a carreira dos ganhadores. Foi o que aconteceu com três brasileiros premiados no Green Talents Award, realizado pelo Ministério Federal da Educação e Pesquisa da Alemanha, por seus projetos de pesquisa nas áreas de hidrologia e ciência do solo, energia renovável e agropecuária. Paulo Tarso Sanches de Oliveira, que faz estágio de pós-doutorado na Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP), Larissa Marchiori Pacheco, mestranda na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da USP (FEA-RP), e Paula de Carvalho Machado Araujo, mestranda na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), ficaram entre os 27 escolhidos de um total de 574 inscritos de 91 países.

Os Green Talents ganham duas semanas de visitas e interação com pesquisadores em universidades e instituições alemãs como o Fraunhofer Fokus, Centro de Competência para Água de Berlim, Instituto Ecológico, e empresas como a Henkel e a ThyssenKrupp Steel, entre outras.

Paulo Tarso é bolsista de pós-doutorado da FAPESP em um projeto que estuda os mecanismos hidrológicos e de erosão do solo do Cerrado brasileiro. “Além de trazer prestígio internacional, o prêmio Green Talents tem ajudado a ampliar minha rede de contatos na Alemanha com potenciais parcerias de pesquisa”, diz Paulo. “No período de 15 dias tive reuniões com pesquisadores na área de hidrologia nas universidades de Stuttgart, de Potsdam e no Instituto de Meteorologia Max Planck. Esses encontros foram produtivos e geraram colaboração em dois novos artigos científicos.” Agora ele pretende conseguir uma posição como professor. Deve, ainda, aproveitar outra vantagem em ser um Green Talent, que é ficar por três meses na Alemanha em 2016 para estudos. “Acredito que essa parceria tende a se prolongar e trazer benefícios às pesquisas que já desenvolvo no Brasil.”

Para Larissa, que pretende trabalhar como pesquisadora e docente, “o prêmio foi importante por prestigiar o trabalho realizado por pesquisadores que ainda estão iniciando a atuação profissional”. Ele oferece também oportunidades de parcerias com instituições alemãs para compartilhamento de conhecimento. “O contato com pesquisadores e profissionais me mostrou as possibilidades de atuação como pesquisadora e me proporcionou definir os meus objetivos para os próximos anos”, diz ela, que estuda as atitudes das empresas frente aos recursos naturais e ao desenvolvimento sustentável dentro da perspectiva da inovação verde.

Paula Araujo, a terceira brasileira, é mestranda em agricultura orgânica na UFRRJ e trabalha como técnica do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, na Amazônia. Ela é veterinária e seu estudo é na área de criação animal com projetos relacionados ao manejo agroecológico das pastagens.“Os encontros individuais com três experts da minha área foi o momento mais importante do prêmio porque pude compartilhar minhas iniciativas e experiências e ter o retorno positivo deles”, contou. “Além disso, o contato abre novas oportunidades de parcerias entre o Instituto Mamirauá, a UFRRJ e outras instituições da Alemanha.”

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