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Vida marinha

Quem morre na praia

Leão-marinho-do-sul: chega às águas gaúchas a partir do Uruguai, onde se reproduz

Wikimedia Commons / Mannheim Reinhard JahnLeão-marinho-do-sul: chega às águas gaúchas a partir do Uruguai, onde se reproduzWikimedia Commons / Mannheim Reinhard Jahn

Estudar mamíferos marinhos exige o uso de equipamentos de rastreamento caros, porque esses animais são capazes de nadar grandes distâncias sem se aproximar da costa e de passar boa parte do tempo debaixo da água. Uma alternativa é percorrer as praias em busca de carcaças. Este método tem limitações, afinal nem todo animal que morre na água encalha na areia. Mas é muito informativo. Em seu doutorado na Universidade Federal do Rio Grande (Furg), sob orientação de Eduardo Secchi, o oceanógrafo Jonatas Prado analisou dados de monitoramento da costa gaúcha – da lagoa dos Patos ao Chuí –  entre 1976 e 2013 (PLoS One, 27 de janeiro). No período, foram achados 12.540 animais de 40 espécies. A maioria (97%) pertencia a cinco delas: golfinho-do-rio-da-prata, golfinho-roaz, leão-marinho-do-sul, lobo-marinho-sul-americano e o lobo-marinho-do-peito-branco. O mais interessante foi relacionar os achados com o contexto ecológico. A maior mortalidade dos golfinhos coincide com a época de pesca intensiva, quando morrem presos às redes. Já os lobos-marinhos apareceram mais na época de migração pós-reprodutiva. As mortes dos leões-marinhos parecem estar associadas aos dois tipos de evento.

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