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Trajetórias complementares

Engenheiro civil Étore Funchal de Faria concilia as demandas da vida acadêmica e profissional

Carreiras_Perfilarquivo pessoalNo começo de 2015, a partir de um convênio entre a Universidade Corporativa das Empresas Eletrobras (Unise) e o programa Ciência Sem Fronteiras, do governo federal, o engenheiro civil Étore Funchal de Faria desenvolveu um projeto de pesquisa de pós-doutorado voltado à obtenção de materiais que aumentassem a durabilidade e a segurança de estruturas de concreto. A ideia surgiu de um problema recorrente na Usina Hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu, Paraná, onde trabalha: microfissuras que se formam nas barragens. Se não corrigido, esse problema, decorrente de substâncias presentes na água, reduz a vida útil da estrutura.

Em fevereiro do ano passado, Faria foi para os Estados Unidos para fazer seu estágio de pós-doutorado em Estruturas e Materiais com ênfase em Segurança de Barragens na Universidade Estadual do Arizona. Lá, desenvolveu técnicas para avaliação de materiais que funcionassem como “selos” nas chamadas “fissuras vivas”, que se dilatam ou retraem de acordo com a variação térmica da estrutura. “Verificamos que materiais formados por fibra têxtil e argamassa de cimento são capazes de resolver esse tipo de problema”, diz.

Desde o fim da graduação, em 1995, na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Faria procura conciliar as carreiras de pesquisador e engenheiro civil, adaptando suas pesquisas às necessidades das empresas em que trabalha. À época em que cursava o mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por exemplo, Faria era responsável pelo sistema de segurança de barragens de Furnas. Em sua dissertação, ele tratou do comportamento térmico dos concretos de estruturas de barragens. No doutorado, também realizado na UFRJ enquanto trabalhava como gestor de projetos executivos para refinarias da Petrobras, ele estudou tipos diferentes de concreto.

Ao ingressar na Itaipu Binacional, em 2010, Faria não prescindiu da colaboração de outros pesquisadores. Para a elaboração do projeto de pós-doutorado sobre a durabilidade e a segurança de estruturas de concreto, ele contou com a ajuda do engenheiro civil Eduardo de Moraes Rego Fairbairn, seu orientador de mestrado e doutorado na UFRJ. Faria agora trabalha para viabilizar os testes nas barragens da Usina de Itaipu com o material estudado nos Estados Unidos. O projeto está em desenvolvimento no âmbito do Centro de Estudos Avançados em Segurança de Barragens, instalado no Parque Tecnológico Itaipu, e deverá envolver o uso de outros tipos de fibras, como a de poliéster, obtida de garrafas PET, com foco em menor custo e aproveitamento de resíduos.

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