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artes cênicas

Estudos do palco

Áreas de teatro, dança e performance atuam conjuntamente

Grupo formado pelo Lume apresenta espetáculo de rua: interação com o entorno da universidade

DivulgaçãoGrupo formado pelo Lume apresenta espetáculo de rua: interação com o entorno da universidadeDivulgação

Embora as pesquisas em música estejam na origem do Instituto de Artes (IA), o estudo de outras atividades artísticas também ganhou importância na Unicamp nas últimas décadas. Os departamentos de Artes Cênicas e de Artes Corporais e o Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais (Lume Teatro) completaram 30 anos em 2015. Juntos, são os responsáveis pelo Programa de Pós-graduação em Artes da Cena da universidade, com a proposta de concentrar três áreas de conhecimento: teatro, dança e performance. “O programa foi pensado conjuntamente pelos artistas-pesquisadores”, diz Gilberto Alexandre Sobrinho, coordenador geral da pós-graduação.

Fundado em 1985 dentro do IA com o nome de Laboratório Unicamp de Movimento e Expressão, do qual deriva sua sigla, o Lume tornou-se em 1994 um núcleo ligado à reitoria, com sede própria, e foi rebatizado como Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da Unicamp. Mas manteve uma relação umbilical com o IA. Dos sete atores-criadores do Lume, três estão credenciados como professores no Programa de Pós-graduação em Artes da Cena, ministrando aulas e orientando estudantes de mestrado e doutorado. Pesquisadores do núcleo já tiveram projeto temático financiado pela FAPESP. Juntos, o IA e o Lume organizam eventos acadêmicos como o simpósio internacional Reflexões Cênicas Contemporâneas, que levam a Campinas pesquisadores de outros estados e do exterior. A simples presença do núcleo também provocou o surgimento de grupos de teatro independentes no distrito de Barão Geraldo, onde se localiza a Unicamp, vários deles com propostas de interação entre prática e pesquisa.

Além das fronteiras acadêmicas, o Lume tem a faceta pública de um grupo teatral que criou mais de 20 espetáculos — mantendo 14 em repertório, entre eles Dissolva-se-me, Pupik-Fuga em 2 e Os bem-intencionados – e apresentou-se em 28 países. Como explica Renato Ferracini, pesquisador do núcleo, o processo de criação do Lume é peculiar: das pesquisas emergem os produtos artísticos, cujo desenvolvimento, por sua vez, alimenta as pesquisas. Ele dá um exemplo atual: em uma pesquisa corpórea sobre gestos cotidianos, o grupo vem estudando o mal de Alzheimer e pretende viajar a Angostura, na Colômbia, que tem 12% da população com a doença, para um possível novo espetáculo.

O tratamento especial dado à arte e à comunicação na Unicamp se manifesta em outros setores. Criado em 1985, o curso de graduação em dança foi o primeiro do estado de São Paulo. Nesses 31 anos formou profissionais, artistas e professores que se destacaram no Brasil e no exterior, como Graziela Estela Fonseca Rodrigues, autora do processo de formação “Bailarino-Pesquisador-Intérprete”.

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