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Ambiente

A seca mais intensa desde os anos 1980

Byanka G. M. Campos/Wikimedia Commons Açude Pereira de Miranda (Pentecoste, Ceará, Brasil), em fevereiro de 2015, com apenas 1% de água em relação a sua capacidade total de armazenamento, compondo assim um dos retratos da seca que se instalava no Estado, assim como em outros estados da região Nordeste e em outras regiões do BrasilByanka G. M. Campos/Wikimedia Commons

A seca que atingiu o Nordeste de 2012 a 2017 foi a mais intensa, longa e abrangente dessa região desde 1980. A conclusão emerge de dois estudos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que analisou a severidade, frequência e duração dos períodos de escassez de água no Nordeste em quase 40 anos (International Journal of Climatology, fevereiro de 2018, e A​nais da Academia Brasileira de Ciências, agosto de 2017). De 1980 a 2010, poucas áreas foram atingidas por uma seca com duração superior a quatro anos. De 2012 a 2017, todos os estados da região viveram a seca mais intensa das últimas décadas, que abarcou mais de 50% do Nordeste, principalmente nas porções central e sul da região. A severidade e a duração da estiagem na região aumentaram progressivamente desde o início dos anos 1980, causando, em todo o período, perdas na agricultura estimadas em R$ 3,6 bilhões e na pecuária em R$ 3,2 bilhões. De 2011 a 2015, o governo federal decretou estado de calamidade pública 6.295 vezes em municípios do Nordeste, em razão da seca.

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