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Astronomia

As novas fronteiras da Via Láctea

A Via Láctea é a faixa de estrelas e poeira em forma de arco nesta composição de imagens registradas no Chile

Bruno Gilli / ESO

O disco da Via Láctea, a região plana e achatada da galáxia em que se encontra o Sistema Solar, pode ter o dobro da extensão estimada anteriormente e alcançar 200 mil anos-luz de diâmetro – um ano-luz é a distância percorrida pela luz em um ano e equivale a 9,5 trilhões de quilômetros. Astrônomos da Espanha e da China chegaram à nova dimensão do disco da Via Láctea depois de usar quatro métodos para estimar a distância de 263 mil estrelas observadas no projeto Apogee pelo telescópio de Ponto Apache, no Novo México, Estados Unidos, e de outras 70 mil analisadas pelo telescópio Lamost, situado na província de Hebei, na China. O grupo encontrou estrelas jovens típicas do disco, a região mais adelgaçada da galáxia, a até 100 mil anos-luz do centro da Via Láctea (Astronomy and Astrophysics, 7 de maio). Estudos anteriores sugeriam haver uma queda abrupta na concentração desse tipo de estrela a partir de distâncias inferiores a 50 mil anos-luz. “O disco da nossa galáxia é gigante”, disse o astrônomo Martín López-Corredoira, primeiro autor do estudo, em um comunicado à imprensa. O Sol fica a 25 mil anos-luz do centro galáctico e, até antes desse trabalho, acreditava-se que ele estivesse a meio caminho da borda da galáxia. Agora se sabe que a extremidade do disco, faixa brilhante que pode ser vista à noite em regiões sem iluminação artificial, está três vezes mais longe.

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