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Geologia

Mais água para o interior da Terra

Douglas Wiens Sismógrafos instalados nas ilhas Marianas monitoraram as rochas que afundam sob o marDouglas Wiens

Lentas colisões de placas tectônicas sob o oceano poderiam arrastar cerca de três vezes mais água para o interior da Terra do que o previsto, concluiu um estudo realizado na fossa das Marianas, a mais profunda do planeta, situada a 11 quilômetros (km) de profundidade e com 2,5 km de extensão (Nature, 15 de novembro). Nesse lugar, a placa do Pacífico desliza sob a de Mariana e afunda no manto da Terra. Pesquisadores da Universidade de Washington em Saint Louis e da Universidade Stony Brook, em Nova York, ambas nos Estados Unidos, acompanharam os movimentos da fossa durante mais de um ano, por meio de sete sismógrafos de fundo oceânico e outros 13 nas ilhas Marianas. Eles rastrearam a velocidade das rochas cujas fendas retêm água na forma de minerais hidratados. As imagens sísmicas indicaram que a área de rochas hidratadas na fossa das Marianas se estende por quase 32 km abaixo do fundo do mar, uma profundidade muito maior do que se pensava. A quantidade de água na forma de minerais hidratados que chega às profundezas também é quatro vezes maior que a estimada anteriormente. Extrapolados, os dados indicam um volume três vezes maior de água penetrando no manto, em todo o mundo. Como não se acumula no interior da Terra, a água deve voltar à superfície quando vulcões entrarem em erupção. Por enquanto, porém, a quantidade de água que entra parece exceder a que sai.

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