Imprimir PDF Republicar

Arqueologia

Um crânio de 3,8 milhões de anos

Reconstrução da face de Australopithecus anamensis, realizada com base no fóssil encontrado na Etiópia

Matt Crow / Museu de História Natural de Cleveland

Um crânio quase completo de um hominídeo datado de 3,8 milhões de anos e atribuído à espécie Australopithecus anamensis trouxe novas conclusões sobre a origem desse gênero (Nature, 28 de agosto). Descoberto na Etiópia, o crânio deve ter pertencido a um adulto. A análise do crânio indica que as linhagens de A. anamensis e A. afarensis podem ter coexistido por pelo menos 100 mil anos. Se essa hipótese estiver certa, em vez de a primeira espécie ter precedido a segunda, representada pelo famoso fóssil conhecido como Lucy, as duas podem ter sido uma única linhagem evolutiva. Essa é a opinião de Yohannes Haile-Selassie, do Museu de História Natural de Cleveland, Estados Unidos, principal autor do estudo. A morfologia craniana primitiva do novo fóssil remete a hominídeos mais antigos, como Sahelanthropus e Ardipithecus. Em outro artigo na mesma edição da Nature, o grupo de Haile-Selassie sugeriu que as populações de A. anamensis viviam em áreas predominantemente secas e com vegetação arbustiva. Essa espécie era conhecida a partir de segmentos de maxilar superior e inferior, dentes isolados, partes do crânio e outros ossos fossilizados com idade estimada entre 4,2 milhões e 3,9 milhões de anos encontrados no Quênia e na Etiópia – também havia vestígios mais recentes, datados entre 3,5 milhões e 2 milhões de anos. O crânio agora apresentado revela pela primeira vez a face completa de um A. anamensis. “Esse crânio pode se tornar outro ícone da evolução humana”, observou Fred Spoor, do Museu de História Natural de Londres, em um comentário na Nature.

Dale Omori / Museu de História Natural de Cleveland Fóssil encontrado na EtiópiaDale Omori / Museu de História Natural de Cleveland

Republicar