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Epidemiologia

Contrastes da epidemia no Brasil

Proporção de pessoas infectadas no Amazonas é três vezes maior que em São Paulo

No Rio de Janeiro, relógios registram circulação reduzida de pessoas

Tomaz Silva / Agência Brasil

Na população, a porcentagem de pessoas infectadas com o Sars-CoV-2, o causador da Covid-19, varia de 3,3% em São Paulo a 10,6% no Amazonas, de acordo com as projeções de um relatório do Imperial College London, do Reino Unido, divulgado no dia 8 de maio.

No início da epidemia, a taxa de transmissão do vírus era acima de 3, indicando que cada pessoa poderia infectar outras três, em média. A taxa caiu com as medidas de intervenção, como o fechamento de escolas e redução da mobilidade da população, mas permanece acima de 1 em todo o país. Valores acima de 1 significam que a epidemia ainda não está controlada e continuará a crescer. 

“Embora a epidemia brasileira ainda seja relativamente incipiente em escala nacional, os resultados sugerem a necessidade de ações adicionais para limitar a disseminação do vírus e impedir a sobrecarga do sistema de saúde”, observam os autores do estudo, coordenado por Thomas Mellan, do Imperial College. Na Europa e na Ásia, bloqueios forçados fizeram a taxa de transmissão cair para menos de 1.

Os resultados convergem com as análises do grupo Covid-19 Brasil, formado por cientistas de mais de 10 universidades brasileiras, segundo as quais haveria 1,6 milhão de casos da doença causada pelo novo coronavírus no país, dos quais 526 mil só no estado de São Paulo

Também no dia 8, o Observatório Covid-19 BR, coordenado por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade de São Paulo (USP), publicou uma carta em defesa da manutenção da quarentena para deter o avanço da epidemia no Brasil.

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