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Parques tecnológicos

Plano de vôo

Apoio da prefeitura e da Embraer aceleram projeto em São José dos Campos

BRAZO Parque Tecnológico de São José dos Campos começa a deslanchar. O seu perfil de atuação já está definido: reunirá empresas de tecnologia e serviços de apoio à indústria aeroespacial, tendo como âncora a Embraer. O parque também estará aberto para abrigar empresas com atividade ligada à biomedicina – como diagnóstico de imagem ou informática médica, por exemplo -, que tem forte articulação com as áreas de engenharia.

O núcleo do parque, um prédio com 30 mil metros quadrados de área construída comprado pela prefeitura municipal, está em fase final de organização. Terá papel estratégico para o empreendimento, já que reunirá tecnologia industrial básica e serviços para dar suporte às empresas que se instalarem em seu entorno. Já sedia, por exemplo, um curso de logística em transportes, com 160 vagas, e, a partir do próximo ano, oferecerá aulas também de computação e tecnologia aeronáutica. Os cursos são oferecidos pela Faculdade de Tecnologia (Fatec), instituição gerida pelo Centro Paula Souza. Neste mês, o núcleo do parque será o novo endereço do curso de especialização em engenharia aeronáutica, ministrado pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) aos novos engenheiros da Embraer, de acordo com Marco Antonio Raupp, coordenador do parque.

No próximo ano estará pronto o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Aeronáutica, um conjunto de laboratórios de integração de sistemas, softwares embarcados e estruturas leves, que está sendo montado pela Embraer, em parceria com o ITA e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). A coordenação do parque faz planos de instalar no núcleo também um Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Biomédica. O prédio deve estar totalmente ocupado até o final do ano.

Vocações locais
O Parque de São José dos Campos integra o Sistema de Parques Tecnológicos de São Paulo –  um programa da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico (SCTDE), sediado e gerido pela FAPESP -, que prevê a instalação de empreendimentos semelhantes em todo o estado. “O objetivo é estimular a cooperação entre instituições de pesquisa, universidades e empresas regionais, dando suporte ao desenvolvimento de iniciativas intensivas de conhecimento,”  afirma João Steiner, coordenador do programa.

Cinco empreendimentos – todos eles alinhados às vocações locais e apoiados em, pelo menos, uma empresa âncora – já estão em andamento: em São José dos Campos, voltado para a indústria aeronáutica; em São Carlos, especializado nas áreas de óptica, materiais e instrumentação avançada; em Ribeirão Preto, focado no setor de saúde; em Campinas, direcionado às tecnologias de comunicação e informação; e em São Paulo, que, muito provavelmente, terá como bandeira os serviços intensivos de conhecimento, segundo prevê Steiner.

O Parque Tecnológico de São Paulo é o que está mais atrasado. A sua instalação, planejada para ocupar terreno na região próxima ao Ceagesp, exigirá a requalificação da área. “É uma iniciativa complexa,”  ele resume. Os demais projetos estão em fase de credenciamento de área para serem implantados no próximo ano.

O empreendimento de São José dos Campos deu um salto de três anos em seu cronograma, “graças ao apoio da prefeitura municipal e ao interesse da Embraer,”  como sublinha Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP. A expectativa é que a infra-estrutura do Parque de São José fique pronta no próximo ano. Uma equipe de especialistas contratados pela coordenação do programa já iniciou a elaboração do projeto urbanístico e do plano de negócios que atestará a sustentabilidade do empreendimento.

O Master Plan, como é conhecido, ficará pronto em 270 dias. Definirá, por exemplo, a forma de utilização da área total de 3,5 milhões de metros quadrados em torno do núcleo do parque, que deverá incluir, além de empresas, empreendimentos imobiliários e comerciais. “Queremos atrair para o parque indústrias de base tecnológica, serviços tecnológicos e um projeto residencial, com serviços gerais,”  explica Steiner.

Para atender uma demanda da prefeitura, o Master Plan do Parque de São José dos Campos deverá incorporar empreendimentos também na área biomédica. “A Universidade Federal Paulista (Unifesp) está abrindo um campus na cidade e vai oferecer cursos que permitam uma intersecção com as engenharias para aproveitar o potencial da região,”  explica o coordenador do parque. Os primeiros cursos, de ciência da computação voltado para a biologia e medicina, e de enfermagem, iniciam no próximo ano.

Também está prevista a implantação de um curso de biotecnologia, com ênfase em tecnologia genômica e em informática. “Buscamos afinidades entre os institutos de pesquisa já instalados no município e a Unifesp. Concluímos que podemos aproveitar a experiência do ITA e do Centro de Tecnologia Aeroespacial (CTA) para estimular a criação de empresas de material odontológico e farmacêutico, como, por exemplo, fabricantes de prótese circulatória,”  afirma Raupp.

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