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Nobel

Conhecimento no cotidiano

Entre os laureados de 2007, há pesquisas de grande aplicação prática

Algumas das descobertas científicas homenageadas com o Prêmio Nobel 2007 suplantaram o interesse acadêmico e revelaram um notável apelo ao público leigo. O francês Albert Fert e o alemão Peter Grünberg foram os ganhadores do Nobel de Física, concedido pela descoberta da magnetorresistência gigante. Essa tecnologia tornou possível a radical miniaturização nos discos rígidos ocorrida nos últimos anos que ajudou a popularizar os microcomputadores. Fert, de 69 anos, é diretor da Unidade Mista de Física do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) da França. Grünberg, 68, é professor do Centro de Pesquisas de Jülich, na Alemanha. O trabalho realizado no laboratório de Fert teve a colaboração de Mário Baibich, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Os geneticistas Mario Capecchi, da Universidade de Utah, Oliver Smithies, da Universidade da Carolina do Norte, e o inglês Martin J. Evans, da Universidade de Cardiff, venceram o Nobel de Medicina ou Fisiologia. Seus trabalhos levaram à criação da técnica do nocaute genético, que possibilita desativar ou modificar genes específicos em camundongos, permitindo identificar como eles causam doenças. Para desenvolvê-la, os ganhadores do Nobel introduziram uma alteração genética em células-tronco embrionárias de camundongos. As células foram injetadas em embriões e os animais nascidos foram cruzados com outros, de modo a produzir crias com genes alterados.

Gerhard Ertl, professor do Instituto Fritz Haber da Sociedade Max Planck, na Alemanha, ganhou o Nobel de Química. Segundo os organizadores da distinção, Ertl foi escolhido por “seus estudos nos processos químicos de superfícies sólidas.”  A química de superfície ajudou a entender os mais diversos fenômenos, de como o ferro oxida à destruição da camada de ozônio, e foi fundamental no desenvolvimento de sistemas como células combustíveis ou catalisadores veiculares.

Os norte-americanos Erik Maskin, Leonid Hurwicz e Roger Myerson foram laureados com o Nobel de Economia. Os premiados são criadores da teoria do desenho de mecanismos, que tem “ajudado economistas a identificar mecanismos comerciais eficientes, esquemas regulatórios e procedimentos de votação,”  segundo destacou o comitê da premiação. Hurwicz, 90 anos, nasceu em Moscou e é professor da Universidade de Minnesota. Maskin, 56 anos, é professor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton. Myerson, 56, é professor da Universidade de Chicago.

A escritora Doris Lessing foi a ganhadora do Nobel de Literatura de 2007, tornando-se aos 87 anos a pessoa mais velha a receber o prêmio nesta categoria. A academia destacou o caráter épico da experiência feminina descrita pela autora que, “com ceticismo, paixão e poder visionário, submeteu uma civilização dividida ao escrutínio.”  Doris Lessing é autora de dezenas de livros, entre os quais O carnê dourado (1962), Memórias de um sobrevivente (1974), Shikasta (1979), O sonho mais doce (2001) e os autobiográficos Debaixo da minha pele (1994) e Andando na sombra(1997). A autora nasceu em Kermanshah, na então Pérsia e atual Irã, e aos 6 anos de idade foi morar numa fazenda na África. Em 1949 mudou-se para Londres, onde se estabeleceu como escritora.

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