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Memória

Brilho do passado

Instituto de Biociências da USP lança catálogo de obras raras com o melhor da ciência do século XVIII e XIX

Reprodução do livro "Ciência, história e arte"

Acrydium latreillei, inclusa em Delectus animalium articulorum (1830-34), de Johann Baptist von Spix. Junto com o botânico Martius, o zoólogo Spix viajou por boa parte do Brasil e produziu relatos e desenhos magníficos, como esteReprodução do livro "Ciência, história e arte"

A Biblioteca do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB/USP) deu uma dupla contribuição à difusão da ciência no começo deste ano. A primeira foi organizar um catálogo de obras raras e especiais de seu acervo. A segunda foi ilustrá-lo com algumas das mais belas e significativas imagens do próprio acervo, feitas em sua maioria por artistas contratados pelos cientistas. Dessas duas ações resultou um catálogo com jeito de livro de arte, que traz o que há de melhor  da ciência sistematizada do século XVII ao XIX. Ciência, história e arte (Edusp/Fapesp, 352 páginas) foi idealizado e organizado por  Nelsita Trimer, diretora técnica do Serviço de Biblioteca do IB/USP,  e levou cinco anos e meio para ficar pronto.

A maioria das obras é do século XVIII ao XIX. O acervo foi formado por meio de doações, pela aquisição de outros acervos, pela transferência de obras da biblioteca da Escola Politécnica e da Faculdade  de Farmácia e por títulos importantes identificados no próprio IB. A restauração dos 2.440 títulos começou há 14 anos com recursos da FAPESP, em sua maior parte, Fundação Vitae e do IB. “No meio do processo achei que deveríamos publicar um catálogo com descrições mais rigorosas do que as existentes e ilustrá-lo com as lindas imagens disponíveis”, diz Nelsita. “Nossa sala de obras raras e especiais é pequena, mas tem quase tudo o que foi produzido de importante nas ciências naturais nos últimos três séculos.” Entre elas estão os 40 volumes da Flora brasiliensis (1840-1906), de Carl von Martius, os 11 da Florae fluminensis (1825-27),  de frei José Mariano da Conceição Vellozo, Historie naturelle, de Buffon (1825), Le règne animal (1827-38), de George Curvier e Edward Griffith, e outras preciosidades.

“A obra é de grande importância, pelo acervo que classifica e revela, e é de impressionante beleza, pelo cuidado e esmero das imagens e dos textos”, diz o linguista Carlos Vogt, presidente da FAPESP na época em que o projeto foi apresentado a ele por Nelsita, e um dos principais incentivadores do projeto. Além da descrição técnica dos livros, há pequenas resenhas e perfis de cientistas escritos por 12 pesquisadores do IB. Veja nestas duas páginas uma amostra de algumas imagens de Ciência, história e arte.

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