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Tecnociência

Defesa contra Aids

Anticorpos humanos ultrapotentes e sintetizados em laboratório podem indicar um novo rumo para combater o vírus HIV-1, causador da Aids. O grupo do imunologista brasileiro Michel Nussenzweig, da Universidade Rockefeller, em Nova York, mostrou (Nature, 25 de outubro) que usar uma combinação desses anticorpos pode impedir os vírus de sofrerem mutações e tornarem a medicação ineficaz. O estudo foi feito em camundongos artificialmente dotados de sistema imunológico humano, o que os deixam suscetíveis ao vírus. Usando cinco anticorpos, alguns dos camundongos testados mantiveram níveis virais abaixo do detectável por 60 dias depois do tratamento. Uma vantagem dessa estratégia, em comparação aos coquetéis antirretrovirais, é a ausência de efeitos adversos, porque os anticorpos não são estranhos ao organismo. “Não acho que podemos curar pessoas assim, mas temos que tentar”, diz Nussenzweig. A possibilidade existe, mas plausível também seria um tratamento com anticorpos que só precisasse ser aplicado uma ou duas vezes por ano. Um grande avanço em relação ao atual consumo diário de medicamentos para combater a doença.

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