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Pesquisador cria empresa ao identificar demanda tecnológica

Moura: interação entre homens e computadores

Arquivo PessoalMoura: interação entre homens e computadoresArquivo Pessoal

Desde os 13 anos de idade, o capixaba Ronaldo Carvalho Moura Júnior, hoje com 32 anos, se interessa pela interação entre computadores e seres humanos. Essa ideia se consolidou quando ele ingressou no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos, interior de São Paulo, onde se graduou em engenharia da computação em 2004. “Na faculdade, percebi que poderia alcançar meu objetivo ao apostar na pesquisa feita por empresas”, diz Moura, que teve os primeiros contatos com o assunto quando estagiou em projetos envolvendo empresas e a Fundação Casimiro Montenegro Filho, instituição de pesquisa vinculada ao ITA. Restando poucos meses para se formar, Moura teve de fazer uma escolha: ou ia seguir para o mercado de trabalho, como grande parte de seus colegas, ou investia na área que mais lhe interessava, a de visão computacional. “O problema era que não havia empresas atuando nesse segmento no Brasil. A saída foi abrir meu próprio negócio”, conta ele.

A Monity começou a operar em 2006, depois que Moura identificou no setor de segurança uma demanda por sistemas computacionais em vídeo. Trata-se de uma tecnologia na qual o computador tem a habilidade de reconhecer objetos em vídeo e obter informações de forma automática por meio de imagens. Por exemplo, uma câmera de segurança conectada a um software pode ser programada para fazer o reconhecimento facial de pessoas autorizadas a entrar num prédio.

A empresa nasceu dentro da Incubaero, incubadora de empresas de base tecnológica do ITA, e hoje atende clientes do setor de transporte. Um dos principais produtos é um sistema de câmeras em tempo real via internet 3G, que utiliza um hardware e um software desenvolvidos pela empresa. A tecnologia da Monity hoje pode ser encontrada em carros da guarda municipal de São José dos Campos e em caminhões da Rapidão Cometa, empresa de transportes de carga.

A vida de empresário não afastou Moura da universidade. Entre 2005 e 2010 ele fez um mestrado no ITA na área de visão computacional. “Uma empresa de inovação que não acessa o conhecimento científico é muito limitada. A pesquisa acadêmica me permite ter contato com novas ideias e teorias que, embora possam não ter aplicação tecnológica, são fundamentais para o desenvolvimento de produtos inovadores”, diz Moura.

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