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fernando de noronha

A dança do sol e do vento

Fernando de Noronha: física em busca de fontes de energia

Martin Stuchi MontingelliFernando de Noronha: física em busca de fontes de energiaMartin Stuchi Montingelli

O arquipélago de Fernando de Noronha é um paraíso natural a 360 quilômetros da costa de Pernambuco. Mas a eletricidade que move a comunidade do arquipélago vem sobretudo de poluentes geradores a diesel. Sol e vento são fontes de energia abundantes por ali, porém indomadas. Não há motivo para que sejam. A velocidade dos ventos e a radiação solar estão correlacionadas por um índice que persiste na escala de tempo anual, de acordo com análises estatísticas feitas durante o mestrado de Priscilla Sales dos Anjos sob orientação da física sérvia Tatijana Stošić, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Physica A, abril). Elas encontraram uma alternância entre a persistência do vento e da radiação solar, que tornaria produtivo o uso de equipamentos que combinem as duas fontes de energia. O resultado vem de dados coletados de 2004 a 2013, uma série temporal inédita para análise conjunta desses dois fenômenos, que também mostrou que os ventos mantêm uma persistência mais forte ao longo do tempo, em comparação com a radiação solar. Para explicar a ligação entre as variáveis, os autores sugerem que a radiação solar está por trás da formação de ventos por meio do aquecimento do solo, do mar e do ar, produzindo um gradiente de pressão que gera o vento. Este também afeta a disposição das nuvens, que modulam a luz solar que chega à Terra. Novos estudos devem avaliar o potencial de energias alternativas.

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