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Nobel de Física

Ondas gravitacionais premiadas

Wikimedia Commons | Jon Rou | Bryce Vickmark Barry C. Barish, Kip S. Thorne e Rainer WeissWikimedia Commons | Jon Rou | Bryce Vickmark

Desde 2016 se especulava que a detecção de ondas gravitacionais, um fenômeno previsto por Albert Einstein (1879-1955) um século atrás, fosse um avanço científico digno da premiação. Ano passado, o Nobel não veio para os envolvidos com a descoberta, pois o feito era recente demais. Mas, em 2017, a Real Academia Sueca de Ciências reconheceu a contribuição dada pela colaboração científica internacional abrigada no Observatório Interferométrico de Ondas Gravitacionais (Ligo), nos Estados Unidos, cujos detectores mediram pela primeira vez as ondas gravitacionais, resultantes do processo de fusão de dois buracos negros, em setembro de 2015. Até agora, o Ligo mediu em quatro ocasiões esse fenômeno, que deforma o espaço-tempo.

Colaboração Ligo Representação artística da fusão de dois buracos negrosColaboração Ligo

Entre os mais de mil pesquisadores de 18 países (Brasil inclusive) que participam do Ligo, a academia selecionou três físicos que foram importantes na história do observatório para receber o Nobel. O alemão Rainer Weiss, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), ficou com metade do prêmio de 9 milhões de coroas suecas, cerca de R$ 3,5 milhões. A outra metade foi dividida entre os norte-americanos Barry C. Barish, de 81 anos, e Kip S. Thorne, de 77, ambos do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech). A física Olga Botner, da comissão que decide o Nobel, destacou que os três selecionados têm competências bem complementares. Weiss teve a ideia e deu forma ao projeto Ligo a partir dos anos 1960. Ele desenvolveu o protótipo, demonstrou o princípio e mapeou as fontes de som que seriam detectadas. Thorne, um dos fundadores do Ligo, teve um papel importante na teoria que definiu o que se deveria procurar. Barish, definido por Olga como o visionário por trás da iniciativa de aumentar a sensibilidade do instrumento para possibilitar a detecção, uniu-se ao projeto em 1994 e foi seu principal pesquisador até 2005.

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