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Arqueologia

Arroz domesticado há 4 mil anos na Amazônia

JEE & RANI NATURE PHOTOGRAPHY/WIKIMEDIA COMMONS Planta teria sido cultivada pelos habitantes pré-históricos em RondôniaJEE & RANI NATURE PHOTOGRAPHY/WIKIMEDIA COMMONS

Arqueólogos do Brasil e da Inglaterra encontraram evidências de domesticação do arroz por populações indígenas do sudoeste da Amazônia de cerca de 4 mil anos atrás (Nature Ecology and Evolution, 9 de outubro). Segundo o estudo, esses agricultores da pré-história sabiam manipular a variedade selvagem do arroz para que a planta produzisse grãos maiores e proporcionasse safras mais abundantes. Esse conhecimento, no entanto, teria sido perdido depois da chegada do colonizador europeu no final do século XV, que levou ao quase extermínio dos indígenas da região. A equipe, chefiada por José Iriarte, da Universidade de Exeter, no Reino Unido, e Eduardo Góes Neves, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP), analisou 16 amostras de restos microscópicos de arroz achados no sambaqui de Monte Castelo, em Rondônia. Feitas por brasileiros, as escavações no sítio arqueológico abrangeram 10 períodos de ocupação da região. Nos níveis mais recentes associados à presença humana, havia mais vestígios de arroz do que nas camadas mais antigas, um sinal de que a planta começou a ganhar mais importância na dieta local e como cultivo há cerca de quatro milênios. Os autores do estudo afirmam que, até o momento, o sítio de Monte Castelo é a primeira evidência de domesticação de arroz nas Américas.

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