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Participação de empresas em papers de P&D ainda é baixa no Brasil

Dos cerca de 250 mil artigos científicos publicados por pesquisadores brasileiros entre 2011 e 2016, apenas 1% tinha pelo menos um autor afiliado às empresas privadas, segundo dados apresentados no relatório Research in Brazil, da Clarivate Analytics, antiga divisão de propriedade e ciência da Thomson Reuters. O documento, divulgado em janeiro, avaliou o desempenho da pesquisa brasileira em um contexto global a partir de dados do InCites, plataforma baseada em artigos, trabalhos de eventos, livros, patentes, sites, estruturas químicas, compostos e reações indexados na Web of Science.

Ao todo, pesquisadores de 232 empresas participaram de trabalhos científicos como coautores no período. As grandes empresas farmacêuticas dos Estados Unidos, como Pfizer e Johnson & Johnson, com filiais no Brasil, foram os colaboradores mais frequentes. Já a Petrobras foi a única empresa brasileira a contribuir significativamente com a produção acadêmica no país. Somente em 2013, a estatal foi responsável por 10% do dispêndio em pesquisa e desenvolvimento (P&D) na indústria, aparecendo, por isso, em 190 dos artigos publicados entre 2011 e 2016.

Segundo o relatório Research in Brazil, os dados sobre a participação das empresas na produção de artigos científicos no Brasil são resultados de intervenções governamentais para apoiar a colaboração intersetorial e a transferência de conhecimento. Em 2007, a Lei de Inovação simplificou a colaboração entre centros de P&D públicos e privados e concedeu benefícios fiscais para pequenas e médias empresas que investissem em infraestrutura de P&D no país. Apesar do esforço, as ações não tiveram um efeito notável sobre a proporção de trabalhos com colaboradores de empresas, destaca o relatório.

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