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Química

Bactérias ávidas por produtos de limpeza

NASA Sonda espacial Phoenix em testes em sala limpa no Centro Espacial Kennedy, na FlóridaNASA

Nada é considerado mais limpo do que os ambientes usados para construir naves e satélites da Nasa, a agência espacial norte-americana. A rigorosa desinfecção, no entanto, não elimina por completo fungos, vírus e bactérias. Os microrganismos podem comprometer os esforços de detecção de vida extraterrestre, gerando resultados falsos. Para ver como esses organismos sobrevivem em ambientes ultralimpos, pesquisadores da Universidade Politécnica do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, isolaram linhagens da bactéria Acinetobacter em salas da Nasa onde foram construídas as sondas Mars Odyssey e Phoenix e as cultivaram com restrição de nutrientes. Em laboratório, as bactérias cresceram e se multiplicaram usando o álcool etílico como principal fonte de energia (Astrobiology, 19 de abril). Também há indícios de que essas bactérias fazem o mesmo com dois outros compostos usados na limpeza desses ambientes: o álcool isopropílico e o Kleenol 30, detergente em geral aplicado no chão. Esses resultados sugerem que os produtos químicos que deveriam matar esses microrganismos, na verdade, os alimentam e contribuem para que se tornem mais tolerantes à esterilização.

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