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Tecnociência

Universo tem 13,5 bilhões de anos

Um grupo de astrônomos liderados pelo francês Roger Cayrel, do Observatório de Paris, estimou a nova idade do Universo: 13,5 bilhões de anos. Eles descobriram uma das estrelas mais antigas da Via-Láctea, a gigante CS 31082-001, e detectaram nela a presença de urânio-238, pela análise de sua luz. “É a primeira vez que detectamos urânio fora do Sistema Solar”, diz Beatriz Barbuy, do Instituto Astronômico e Geofísico da Universidade de São Paulo (IAG/USP), que participou do trabalho, publicado na revista Nature (edição de 8 de fevereiro).

A descoberta, feita por meio do Very Large Telescope do Observatório Austral Europeu (ESO), instalado em Paranal, no Chile, e um espectrômetro tipo UVES, é importante porque a presença de elementos radioativos como urânio e tório (este também detectado) permite calcular a idade da estrela: é que o decaimento dos átomos desses elementos – processo pelo qual se tornam mais leves e estáveis – ocorre a uma velocidade conhecida.

Como a desintegração do urânio é três vezes mais rápida que a do tório, sua detecção permite um cálculo mais preciso: assim, fixou-se a idade da Via-Láctea em 12,5 bilhões de anos. “O Big Bang deve ter ocorrido mais ou menos 1 bilhão de anos antes da formação da galáxia, tendo, portanto, cerca de 13,5 bilhões de anos”, estima Beatriz Barbuy. Os cálculos anteriores, feitos pelo decaimento do tório, mostram uma grande grande variação – entre 10 e 18 bilhões de anos.

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