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Tecnociência

Perigo no posto de gasolina

Sabia-se que a natureza do trabalho dos funcionários de postos de gasolina os expõe a todo momento a produtos tóxicos. Agora, um estudo recente mostrou que essa exposição é agravada pelo comportamento dos próprios frentistas. Trabalho de um grupo de biólogas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul, realizado com 30 funcionários de postos de abastecimento de gasolina, diesel e álcool da cidade, indicou que todos eles têm anomalias no núcleo das células, provocadas por substâncias como benzeno (presente nos combustíveis) e pela absorção de gases produzidos pela combustão dos motores.

Cibelem Iribarrem Benites, Lilian Amado e Rita Vianna analisaram células de três grupos de frentistas: homens de 20 a 30 anos, de 31 a 45 anos e mulheres de 20 a 30 anos. “Em todos houve aumento da freqüência de micronúcleos (teste indicador de genotoxicidade, isto é, perda de material genético da célula) em comparação com outras pessoas que não trabalhavam expostas a esses agentes”, diz Cibelem. A genotoxicidade é responsável por diversas doenças, câncer entre elas.

A situação dos frentistas é agravada pelo fato de eles normalmente não usarem máscaras nem luvas de proteção por não possuírem o equipamento ou por considerá-lo incômodo. “O comportamento dos funcionários acaba por expô-los ainda mais às substâncias nocivas”, afirma.

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