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ZONA COSTEIRA

Litoral ameaçado

Sistema faz diagnóstico dos riscos geológicos

O litoral paulista reúne hoje a maior área remanescente de Mata Atlântica e ecossistemas associados, com quase 5% das florestas tropicais da faixa costeira brasileira. Tem destacada importância sócio-econômica, no comércio, turismo, lazer, nas atividades industriais (como o pólo de Cubatão), portuárias (Santos e São Sebastião), além da exploração de minerais. A pressão dessas atividades, muitas vezes desordenadas e devastadoras, aliada às fragilidades naturais da região, tem provocado situações de riscos geológicos e ecológicos que precisam ser mais bem conhecidos. Já existe o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro (lei estadual 10.019/98).

Mas, para que ele possa ser implementado adequadamente, está sendo desenvolvido, com apoio da FAPESP, o projeto coordenado por Célia Regina de Gouveia Souza, pesquisadora científica do Instituto Geológico da Secretaria de Meio Ambiente (IG/Semasp). O objetivo é construir um sistema de informações (sob a sigla Siigal) com diagnósticos e prognósticos sobre o meio físico da zona costeira. São seus parceiros a Coordenadoria de Planejamento Ambiental da secretaria e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), responsáveis pela aplicação da política de gerenciamento costeiro, além de unidades afins da USP, Unesp/Rio Claro e Unesp/Guaratinguetá.

A pesquisa, com término previsto para outubro de 2002, está montando em sua primeira fase os mapas básicos que dizem respeito ao atual estado de ocupação e preservação do solo, vegetação, bacias hidrográficas, praias. A partir de outubro de 2001 virão os estudos sobre riscos geológicos, poluição ambiental e potencial de uso de recursos naturais. O projeto – que contribuirá também para a prevenção de riscos de deslizamentos – se completará com a edição de quatro documentos: Carta de Aptidão de Uso e Ocupação do Solo, Carta de Áreas Degradadas, Carta de Áreas Críticas e Carta de Qualidade Geoambiental.

“Até agora a questão do risco geológico era muito tratada como suscetibilidade natural do meio físico”, diz Célia Regina. “Nossa contribuição científica será produzir esses estudos analisando as intervenções antrópicas (humanas) e sua importância na aceleração ou desencadeamento de problemas ambientais.”

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