Imprimir PDF Republicar

Tecnociência

Mira feita sob medida para a polícia

Em meio às discussões de segurança pública, surge, em São Carlos, o primeiro protótipo de mira a laser nacional, feito de alumínio e aço inox. Ele foi desenvolvido a pedido do comando da Polícia Militar na cidade para uso nos revólveres e pistolas da corporação em situações de confronto. Os modelos disponíveis atualmente no mercado, importados, custam em torno de R$ 700,00, o que restringe o uso desse equipamento, utilizado para dar segurança ao tiro. O nacional, que está em fase de patenteamento, deverá ser vendido por cerca de R$ 100,00. A concepção do projeto e a construção da mira a laser é do chefe do Departamento de Física da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Fernando Araújo Moreira.

Tudo começou com uma reflexão do professor. “Como poderia, com nosso conhecimento, tentar modificar a situação e combater os problemas de segurança?”, foi a pergunta que se fez ao se dar conta de que a questão está cada vez mais presente no dia-a-dia. Ele decidiu, então, procurar a PM da cidade para saber como poderia ajudar e, nessa conversa, decidiu desenvolver a mira a laser com luz vermelha. Durante um ano foram feitos testes – com apoio operacional dos policiais militares -, que resultaram no produto final. O ponto de laser funciona como as canetas sinalizadoras usadas em palestras. “A mira a laser compensa a dificuldade da mira física existente sobre a arma”, explica Moreira. Os gastos com o protótipo ficaram em torno de R$ 1 mil, bancados pelo próprio pesquisador, que considera o projeto – que não faz parte de sua atividade de pesquisa – uma contribuição como cidadão científico.

Outro diferencial destacado pelo professor é que a peça foi desenvolvida para ser acoplada rapidamente à arma, dentro de um conceito de integração, enquanto o módulo disponível no mercado dispõe de um fio de cobre que sai da mira e vai para o cabo da arma, o que dificulta a ação policial rápida, além de quebrar com facilidade. A mira pesa 60 gramas e pode ser carregada no colete dos policiais. Duas empresas já manifestaram interesse em fabricá-la, mas ainda não podem ter os nomes revelados por questão de sigilo. Outros projetos na área de segurança estão em andamento, entre os quais um sensor para detectar drogas.

Republicar