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Tecnociência

Células-tronco adultas sob suspeita

Os avanços mais recentes da genética elegeram as células-tronco embrionárias, matrizes que podem se desenvolver em qualquer tipo de célula do corpo, como a grande esperança para a cura de lesões cardíacas e neurológicas. Mas as pesquisas encontram adversários ferrenhos, pois, após a obtenção dessas células, o embrião é simplesmente descartado. A solução para o impasse ético seria a utilização de células-tronco adultas. Normalmente, as células-tronco de tecido adulto têm opções limitadas. Assim, por exemplo, certas células da medula óssea só poderiam formar células sangüíneas.

Mas pesquisas realizadas nos últimos dois anos indicam que as células precursoras do sangue poderiam formar outros tecidos, se elas forem, primeiro, incubadas com células-tronco embrionárias. Ou seja: as células-tronco adultas seriam quase tão maleáveis quanto as embrionárias. Seriam mesmo? Dois artigos da revista Nature (13 de março) questionam esses resultados. Em vez de estarem, repentinamente, mudando de função – a chamada transdiferenciação, as células-tronco adultas estariam, na realidade, fundindo-se às células embrionárias para formar um tipo de célula totalmente novo. E essas células fundidas seriam demasiadamente anormais para terem utilidade na medicina.

Numa conferência realizada no Colorado, Estados Unidos, os pesquisadores que observaram a transdiferenciação se defenderam dizendo que procurariam evidências de fusão, mas que não viam motivos para suspeitar de que ela estivesse por trás de seus resultados. Diane Krause, da Universidade de Yale, afirmou que suas células-tronco transdiferenciadas continham um número normal de cromossomos, enquanto uma célula fundida deveria ter duas vezes o número normal.

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