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Estratégias

Remédio para curar a vida moderna

Os consultórios médicos e as farmácias estão cada vez mais cheios de gente procurando cura para males como menopausa, stress e calvície. Mas será que todos eles necessitam de remédio. A comunidade médica está começando a se preocupar com a excessiva “medicalização” da vida. E a publicação British Medical Journal jogou lenha na fogueira pedindo a 570 médicos, via Internet, que listassem dez “condições” que melhor se encaixassem numa irônica definição de “não-doença”: “um processo ou problema humano que alguém definiu como uma condição médica, mas na qual as pessoas poderiam ter melhores resultados se não o encarassem dessa maneira”.

A lista das 20 “não-doenças” relacionadas pelos médicos é encabeçada pelo envelhecimento, e também inclui calvície, alergia à vida moderna, celulite e ansiedade a respeito do tamanho do pênis. E mais: 13% dos entrevistados incluíram síndrome da fadiga crônica, 12% o fumo, e 8% obesidade e hiperatividade. Segundo Richard Smith, editor da revista, a identificação de “não-doenças” não significa um desprezo a condições que provocam sofrimento real, mas, apenas, um alerta sobre a crescente tendência da sociedade ocidental em tratar problemas de estilo de vida como se fossem doenças. Na origem de todos esses males estaria apenas a excessiva carga de trabalho.

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