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Tecnociência

Fuga de pedágios causa mais poluição

A prática adotada por muitos caminhoneiros de usar rotas alternativas para fugir dos pedágios foi base de um estudo da economista agroindustrial Daniela Bacchi Bartholomeu, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP). Ela constatou que o consumo de diesel aumenta e o desgaste do caminhão é maior nas rotas alternativas, apesar da quilometragem menor. A pesquisa quantificou as emissões de gás carbônico resultantes do percurso da rota Campinas – Bauru, por dois trajetos diferentes.

Um deles, privatizado, tem 565 quilômetros e sete pedágios no percurso de ida e volta, e outro, usado como rota de fuga, tem 545 quilômetros e apenas duas praças de pedágio. Foi adotado como padrão o consumo de um caminhão Mercedes-Benz, transportando uma carga média de 7,4 toneladas. Um computador de bordo coletava dados, como evolução da rotação e da velocidade nos percursos. No itinerário privatizado, o caminhoneiro gastou R$ 90,00 com pedágios, enquanto no trajeto alternativo, esse item ficou em R$ 30,00.

Essa economia, no entanto, foi perdida com o consumo extra de combustível. No cômputo final, transitar pela estrada privatizada custou apenas R$ 1,05 mais. “Mesmo a rota de fuga sendo mais curta, as péssimas condições dessas estradas, com curvas e buracos, são responsáveis pelo gasto extra de combustível, o que gera mais emissão de gás carbônico”, diz Daniela. A proposta para reduzir essas emissões poluentes é atrair um maior número de caminhões para a estrada com pedágio. Para compensar, os custos seriam subsidiados com a venda dos créditos de carbono que deixariam de ser emitidos.

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