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Tecnociência

Escova de baixo custo aprovada

Uma escova dental de baixo custo, cujo corpo e cerdas são feitas de um único material plástico, foi aprovada num teste realizado pelas pesquisadoras Symonne Parizotto e Célia Regina Rodrigues, da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP). Conhecida como monobloco e desenvolvida por Pedro Bignelli, professor da USP de Ribeirão Preto, essa escova custa em média 15% do preço de uma escova vendida em farmácias. A pesquisa que comparou os dois tipos de escova envolveu 32 crianças de 4 a 6 anos de idade da cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Ambas as escovas apresentaram a mesma capacidade de remover a placa bacteriana, embora cerca de 60% dos depósitos de placa tenham persistido após a escovação, nas duas situações. “As crianças nessa idade ainda possuem uma coordenação motora precária”, comenta Célia Regina, que é professora de Odontopediatria da USP, alertando para a importância da supervisão dos pais na escovação durante essa fase. O estudo também comparou o desempenho da escova monobloco usando-se ou não pasta de dente.

Surpreendentemente, constatou-se que o uso do dentifrício (creme dental) não fez nenhuma diferença na remoção dos depósitos de placa. “Imaginávamos que o detergente das pastas de dente poderia ajudar na remoção, mas não houve diferença”, diz a pesquisadora. Os resultados da pesquisa, publicados recentemente na revista Pesquisa Odontológica Brasileira, mostram o potencial da escova monobloco, sobretudo para populações carentes. Mas não se deve interpretar esses dados como uma condenação à pasta de dente. “Os dentifrícios contêm flúor e seu uso é fundamental na realização da higiene bucal”, afirma Célia Regina.

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