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Medicina

Diagnóstico em rede

Instituto Nacional do Câncer cria banco de tumores

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) está implantando um Banco Nacional de Tumores e de DNA que poderá ser utilizado em pesquisas sobre o perfil genético de tumores. O projeto conta com US$ 4 milhões da Fundação Swiss Bridge, que financiarão a criação de uma rede de colheita e processamento de amostras de tecidos, sangue e dados clínicos, e recursos da Financiadora de Projetos (Finep) para os investimentos em infra-estrutura.

O Programa Genoma Clínico, financiado pela FAPESP – que desenvolve novas formas de diagnóstico e tratamento do câncer -, mantém um banco de tumores ao qual têm acesso os pesquisadores de 18 grupos de trabalho afiliados. O Hospital do Câncer A. C. Camargo, em São Paulo, também já dispõe de mais de 2 mil amostras de tumores armazenadas em seu banco de tumores, utilizado em pesquisa.

A rede do Inca será formada por 20 centros médicos universitários de todo o país. Serão selecionados com base no seu potencial de recrutamento de pacientes e na disponibilidade de pessoal para diagnóstico, colheita e processamento de dados. “Uma parte do centro de pesquisas do Inca já está sendo reformada para abrigar o banco de tumores e de DNA”, conta Eloiza Helena Tajara, da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e da equipe do Inca.

As equipes desses centros de pesquisa serão treinadas pelo Inca para assegurar a execução adequada de todos os protocolos. Todos os pacientes que concordarem em participar do projeto assinarão um termo de consentimento informado. O Banco Nacional de Tumores e de DNA, Eloiza explica, vai permitir o desenvolvimento de estudos na área de marcadores de diagnósticos e terapêuticos em amostras representativas da população brasileira, já que os centros de pesquisa que integrarão a rede estão espalhados pelas cinco regiões brasileiras. Além disso, padronizará e informatizará procedimentos de colheita de amostra, de dados clínicos e de acompanhamento de pacientes que poderão servir de modelo para condutas hospitalares de rotina.

Terão acesso ao banco de tumores pesquisadores cujos projetos de pesquisa tenham sido avaliados e aprovados por um comitê externo, ainda em fase de constituição. O banco estará aberto aos pesquisadores nos próximos 12 meses. O câncer é a segunda causa mais importante de morte no Brasil. Os pesquisadores do Inca consideram que os fatores genéticos e ambientais devem influenciar não apenas as diferenças em taxas de incidência, como também as características genéticas dos vários tipos de neoplasia.

Muitos eventos relacionados ao aparecimento de tumores cancerosos, no entanto, permanecem desconhecidos e, de uma maneira geral, poucos marcadores moleculares associados a um grupo de neoplasias são utilizados na prática médica. “O conhecimento sobre as causas destes tumores é fundamental para a melhoria do atendimento do paciente e tem grande potencial de impacto em programas de prevenção e avaliação de risco”, explica Eloiza.

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