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Mundo

As dores de quem sobrevive

Não se passa impunemente por um campo de batalha. Mesmo quem volta aparentemente ileso pode sofrer conseqüências psicológicas ou físicas. Um em cada quatro veteranos de guerra norte-americanos sofre de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), com medos e lembranças intensas de uma situação de perigo que enfrentaram. Joseph Boscarino, da Academia de Medicina de Nova York, avaliou a saúde de 18 mil veteranos do Vietnã e verificou que a probabilidade de morrer por causa de acidentes ou pelo uso abusivo de drogas é maior entre os que desenvolveram TEPT em decorrência da guerra. Os ex-soldados também correm risco maior de ter doenças cardiovasculares e tumores. Em Israel, Yael Benyamini constatou que os veteranos da Guerra do Líbano apresentam propensão duas vezes maior de ter pressão alta, úlcera ou diabetes e cinco vezes maior de ter problemas cardíacos. Pode ser que o estresse excessivo da guerra cause alterações duradouras nos níveis de substâncias associadas ao comportamento de luta ou fuga, como cortisol e dopamina (NewScientist, 27 de agosto). Estima-se que 18% dos soldados no Iraque possam desenvolver TEPT.

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