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Mundo

Os sutis efeitos das mudanças climáticas

Em um artigo de revisão publicado na Nature em 17 de novembro, um grupo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Universidade de Wisconsin, Estados Unidos, assinala que a elevação de temperatura registrada nas últimas três décadas pode já estar causando cerca de 150 mil mortes anualmente, por elevar a mortalidade causada por doenças respiratórias e cardíacas. Além disso, o aquecimento global tende a elevar a incidência de doenças como malária e diarréia, principalmente em países subdesenvolvidos. As conclusões casam-se com as de outro trabalho, do New England Journal of Medicine, segundo o qual o aquecimento do planeta pode de fato estar associado à ocorrência de mais problemas de saúde, como os casos de asma nos Estados Unidos, que quadruplicaram nas últimas duas décadas. Outro estudo da Nature mostra que a quantidade de água pode cair de 10% a 40% na África equatorial e na Bacia do Prato em algumas décadas. Um trabalho que saiu na Science em 11 de novembro indica o que as alterações climáticas podem ter causado nas plantas e o que, em situações análogas, se pode esperar no futuro, a partir das folhas fósseis de um período de intensas mudanças climáticas, há 55 milhões de anos, desenterradas das rochas da Bacia Bighorn, no Estado de Wyoming, noroeste dos Estados Unidos. Esses registros sugerem que árvores e arbustos migraram 1.500 quilômetros para o norte em resposta à elevação da temperatura, que passou de 5° para 10° Celsius em cerca de 10 mil anos, um tempo curto para a geologia. Antes só se sabia que nessa época houve uma extinção em massa de comunidades de animais.

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