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Tecnociência

A África no sangue

Greice Cardoso e João Guerreiro, da Universidade Federal do Pará, analisaram o sangue de moradores de Belém com anemia falciforme em busca de variações do gene HBB*S comuns na África – cada variação recebe o nome da nação africana em que é mais comum. Em Belém, 66% dos portadores dessa anemia carregam a variedade Bantu do HBB*S, outros 21,8% a forma Benin, 10,9% a Senegal e 1,3% a Camarões (American Journal of Human Biology). Já se sabia que 90% dos escravos enviados para o Norte do Brasil eram de Angola, Congo e Moçambique, onde a variedade Bantu é mais comum, e 10% da Senegâmbia, da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, onde a Senegal é mais freqüente. O problema era explicar as taxas mais altas que o esperado da variação Benin, encontrada no centro-oeste da África. Esse dado sugere um tráfico interno do Nordeste para o Norte do país, já que não há registro de comércio de negros com o centro-oeste africano.

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