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Odontologia

Saúde bucal dos idosos

A saúde bucal do idoso brasileiro encontra-se em situação precária. Ela reflete a ineficácia histórica presente nos serviços públicos de atenção odontológica, limitados a extrações em série e serviços de urgência, baseados no modelo curativista. Essa é a principal conclusão do artigo “A saúde bucal do idoso brasileiro: revisão sistemática sobre o quadro epidemiológico e acesso aos serviços de saúde bucal,”  de Rafael Moreira, Lucélia Nico, Tânia Ruiz, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), e Nilce Emy Tomita, da Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de São Paulo (USP). Por meio de buscas em bases de dados, o estudo realizou uma revisão sistemática da literatura científica, no período de 1986 a 2004, sobre os problemas bucais mais prevalentes entre os idosos brasileiros. Segundo o artigo, o envelhecimento populacional alterou significativamente a estrutura da pirâmide etária brasileira. “As transições demográfica e epidemiológica produzem como cenário uma população com elevado número de indivíduos idosos. Em países em desenvolvimento, como o Brasil, essas transformações nem sempre vêm acompanhadas de modificações no atendimento às necessidades de saúde desse grupo populacional,”  apontam os pesquisadores. Quanto às barreiras de acesso aos serviços odontológicos, porém, o estudo aponta a baixa escolaridade, a baixa renda e a escassa oferta de serviços públicos de atenção à saúde bucal como os principais problemas que precisam ser atacados. Apesar dos avanços do Sistema Único de Saúde, principalmente com a implantação do Programa Saúde da Família, dizem os autores, o acesso à atenção odontológica, sobretudo para grupos como dos idosos, necessita ser ampliado.

Cadernos de Saúde Pública – vol. 21 – nº 6 – Rio de Janeiro – nov./dez. 2005

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