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Reconhecimento

O bom momento da ciência brasileira

Nature elogia pesquisa nacional e destaca autonomia e força da produção de São Paulo

Reportagem publicada na edição de 10 de junho da revista científica Nature afirma que “os cientistas brasileiros nunca viram tempos melhores”. A razão são os investimentos feitos no setor pelo governo federal nos últimos anos e o fato de muitos estados brasileiros estarem “tentando emular o rico [estado] São Paulo, que tem a mais forte tradição científica” do país. Assinado pela jornalista Anna Petherick, que cobriu a 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizada no fim de maio em Brasília, o texto salienta os benefícios alcançados por estados, como é o caso de São Paulo, que assumem o papel de financiar uma parte considerável de sua pesquisa independentemente da quantidade de recursos vindos de Brasília. Segundo o artigo, no ínicio dos anos 1990, quando a hiperinflação brasileira corroía as verbas nacionais para pesquisa, “o financiamento secou em outros lugares do país, mas os pesquisadores de São Paulo experimentaram uma interrupção menor”. Na reportagem, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, lembra que, desde a Constituição de São Paulo de 1947, o estado tem legislação própria assegurando o investimento de uma porcentagem fixa de sua receita tributária em pesquisa científica. “Possivelmente nenhuma outra agência de fomento à pesquisa no mundo tem esse tipo de segurança e autonomia financeira [do governo federal]”, disse Brito Cruz à Nature.

O artigo da jornalista faz alusão a alguns números que demonstram a força atual da ciência brasileira, como a elevação  progressiva dos investimentos públicos em ciência, um processo que, em nível federal, vem desde a Presidência de Fernando Henrique Cardoso e continua nos dois mandatos de Lula. Outro dado positivo citado é o aumento no número de artigos científicos publicados por cientistas brasileiros em revistas internacionais. Como um dos grandes trabalhos feitos pela ciência brasileira, a reportagem destaca o sequenciamento do genoma da bactéria Xylella fastidiosa, agente causador do amarelinho nos laranjais,  iniciativa concluída em 2000 e totalmente financiada pela FAPESP.

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