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Cooperação

Brasil no horizonte

Europeus buscam parcerias para novo programa de apoio à ciência e inovação

Representantes da União Europeia visitaram instituições de apoio à ciência em Brasília e São Paulo, em novembro, com o propósito de identificar possíveis áreas de colaboração científica e para apresentar o novo programa de apoio à ciência e inovação, o Horizon 2020, que deve ser lançado no início de 2014. “Precisamos promover a Europa e o Brasil também”, disse Sieglinde Gruber, chefe da unidade da Comissão Europeia para Ciência, Tecnologia e Inovação nas Américas.

Concebido com o propósito de estimular o crescimento econômico e gerar empregos nos 27 países da União Europeia, valorizar o conhecimento produzido na Europa e facilitar o acesso a mercados globais, o Horizon 2020 deve enfatizar a inovação em universidades e empresas e enfrentar desafios de amplo alcance social, como saúde, energia limpa e transportes. O acesso dos centros de pesquisa e empresas aos programas de ciência e tecnologia da Comissão Europeia, antes considerado muito burocrático, agora deve ser mais simples. “Queremos simplificar os procedimentos, que tomavam muito tempo dos pesquisadores”, informou Sieglinde ao apresentar o novo programa na FAPESP em 12 de novembro.

Por meio do Horizon 2020, a União Europeia pretende ampliar a cooperação com países estratégicos como Brasil, Índia, China e Rússia. “Consideramos o Brasil um parceiro de mesmo nível agora”, disse Piero Venturi, conselheiro de Ciência e Tecnologia da Delegação da União Europeia no Brasil, à Agência
FAPESP
. “Em vez de financiar a vinda de pesquisadores brasileiros para projetos europeus, queremos discutir com instituições parceiras no Brasil quais são os interesses comuns dentro de um programa de cooperação. Isso é mais complexo, pois envolve investidores de ambos os países, mas acreditamos que seja a melhor estratégia.”

O Horizon 2020 deve contar com € 80 bilhões (o valor final está sendo debatido no Parlamento Europeu e no Conselho da União Europeia) e substituirá o programa atual, o Sétimo Programa Quadro (FP7), que termina em 2013 e contou com € 50 bilhões. No FP7, o Brasil foi o sexto país que mais contribuiu com os países europeus (ver gráfico). Os projetos brasileiros apresentaram uma taxa de aprovação de 22,2%, acima da taxa de aprovação dos europeus, de 19,3%. “A cada dois anos vamos redefinir nossas metas de cooperação com Brasil”, disse Sieglinde. Grupos de pesquisa, empresas e organizações não governamentais do Brasil podem participar do Horizon 2020 ao lado de pelo menos dois parceiros europeus.

Em julho de 2012, a Comissão Europeia anunciou que poderia investir € 8,1 bilhões – o valor mais alto já destinado a uma chamada de projetos – para financiar propostas de pesquisa científica e tecnológica que pudessem contribuir para o crescimento econômico da Europa. “Atravessamos uma crise financeira”, disse Sieglinde, “mas alguns países da Europa, como Dinamarca e os do Reino Unido, mantiveram os investimentos em ciência e tecnologia”.

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