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Demografia

População x doenças

“A melhora das condições de vida do homem durante o século 20 contribuiu para transformações da estrutura demográfica e para mudanças dos padrões de morbi-mortalidade”. Com o objetivo de discutir essas mudanças, o artigo “A mortalidade por doenças infecciosas no início e no final do século 20 no município de São Paulo”, comparou os dados de mortalidade da cidade em 1901, 1960 e 2000. O estudo é de autoria de Cássia Buchalla, Eliseu Waldman e Ruy Laurenti, pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). As informações sobre a população da cidade, como nascidos vivos, coeficientes de mortalidade geral e infantil, foram obtidos do CD-ROM “500 anos de Divisão territorial e 100 anos de Estatísticas Demográficas Municipais”, produzido pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). Segundo o estudo, do início até o final do século 20 a população da capital paulista aumentou 36 vezes, sendo que o número de nascimentos aumentou cerca de 24 vezes e o número de óbitos 13,6 vezes. No entanto, as taxas de mortalidade diminuíram, pois a mortalidade geral foi 2,6 vezes menor no ano 2000.  Além disso, a proporção de óbitos por doenças infecciosas declinou de 45,7% do total de óbitos em 1901 para 9,7% em 2000. Em 1901, entre as 10 principais causas de morte no município, cinco eram por doenças infecciosas. Em 1960, apareciam nesta lista apenas 3 doenças infecciosas, e em 2000 apenas a pneumonia constava entre as principais causas de morte. “Fatores socioeconômicos são apontados como determinantes da queda da mortalidade infantil. Entre esses, a disponibilidade de água tratada e de coleta de esgoto para grande parte da população e a adoção de cuidados básicos de higiene e nutrição”, acreditam os autores. Segundo eles, graças a fatores como esses, doenças como tétano, difteria, coqueluche, sarampo e escarlatina mostraram-se controladas no final do período estudado. “No entanto, a pneumonia, a tuberculose, a septicemia e a aids ainda se situam entre as que merecem especial atenção na área de saúde pública”, acrescentam.

Revista Brasileira de Epidemiologia – vol. 6 – nº 4 – São Paulo – dez. 2003

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2003000400008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

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