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Pergunte aos pesquisadores

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A produção dos biocombustíveis altera o preço dos alimentos? (Priscila Amorim, via e-mail)

daniel buenoIsso acontece nos Estados Unidos, onde o etanol é feito a partir do milho. Entre 2008 e 2009, a produção do etanol cresceu muito, consumindo uma parte grande da safra, o que aumentou o preço do milho. O efeito é importante porque nesse país o milho faz parte da base da alimentação, é usado para a produção 
de ração de frangos e de suínos, para a fabricação de óleos de cozinha, 
e pode, inclusive, ser utilizado para produzir açúcar. Em 2009, cerca 25 kg de milho custavam US$ 4. Atualmente, o preço está em torno de US$ 6, mais caro em parte devido à produção do etanol. Hoje, um pouco  mais de 100 milhões de toneladas, quase um terço da safra total, são destinados à produção 
do biocombustível. No caso brasileiro, o etanol é feito a partir da cana-de-açúcar, mais produtiva que o milho – um hectare pode produzir 10 toneladas 
de milho, enquanto gera 90 toneladas de cana-de-açúcar. Portanto, aqui se utiliza uma área menor para a produção do etanol. Se a demanda aumentar, seriam possivelmente necessários mais 5 milhões de hectares, o que não é muito no amplo território brasileiro. Apenas de áreas de pasto subutilizadas, quase 100 milhões de hectares estão disponíveis para plantio de cana-de-açúcar. Além disso, o preço real dos alimentos, em São Paulo, diminuiu de 1975 até 2011 devido, principalmente, à maior produtividade.

José Roberto Mendonça de Barros
Economista da MB Associados

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