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SciELO

Florence e Daguerre

História
O estudo “O ‘homem de invenções’ e as ‘recompensas nacionais’: notas sobre H. Florence e L. J. M. Daguerre”, de Maria Inez Turazzi, do Centre d’Histoire des Techniques et de l’Environnement (Paris),  apresenta e contextualiza uma correspondência inédita, encontrada no Centre des Archives Diplomatiques de Nantes (França), sobre a invenção da “polygraphia” pelo francês Antoine Hercule Romuald Florence (1804-1879). Florence residia no Brasil, na vila de São Carlos, atual Campinas, quando encaminhou ao Ministério do Interior da França, em 1831, um pedido de recompensa por ter inventado um processo de impressão multifuncional. Ele jamais recebeu resposta do governo francês. Mesmo assim dedicou o resto de sua vida a outras invenções e experimentos, entre os quais a fotografia, legando à posteridade o relato dessas iniciativas e a frustração de não ter sido reconhecido em seu país de origem como o primeiro a concebê-las. Celebrado em sua época como o inventor do primeiro processo fotográfico mundialmente conhecido, Louis Jacques Mandé Daguerre (1787-1851) também sofreu variadas formas de desprestígio em seu país e só mais tarde foi reabilitado. Florence é hoje reconhecido no Brasil e no exterior como um dos múltiplos inventores de processos fotográficos, ao lado de Daguerre. Observando-se as biografias de ambos, podem ser confrontadas as redes de sociabilidade, as estratégias de valorização e as formas de reconhecimento de dois “homens de invenções” do século XIX, situados em contextos distintos e, ao mesmo tempo, interligados.

Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material – v. 16 – nº 2 – São Paulo – jul./dez. 2008

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