Imprimir PDF Republicar

Nutrição foliar

Lodo como fertilizante

No Brasil, diversos municípios estão construindo estações de tratamento de esgoto (ETEs) e, futuramente, serão produzidos anualmente milhares de toneladas de lodo para os quais deverá ser dada destinação adequada. O lodo de esgoto tratado (biossólido) é o resíduo resultante do tratamento do esgoto urbano, e sua disposição final precisa ser bem planejada em razão das implicações sanitárias, ambientais, econômicas e sociais. Ele apresenta elevado teor de matéria orgânica e de nutrientes e poderia ser utilizado como fertilizante em plantios florestais. Esta pesquisa foi realizada na Estação de Ciências Florestais de Itatinga, com o objetivo de avaliar o efeito da adição de três doses dos lodos de esgoto úmido (torta) e seco (granulado), complementados com K e B e aplicados ao solo nas linhas de plantio em parcelas experimentais de Eucalyptus grandis e resultou no artigo Volume de madeira e concentração foliar de nutrientes em parcelas experimentais de <em>Eucalyptus grandis</em> fertilizadas com lodos de esgoto úmido e seco, de Paulo Henrique Muller da Silva, do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais, e Fábio Poggiani, José Leonardo de Moraes Gonçalves e José Luiz Stape, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo. Dezoito meses após a implantação das mudas no campo, o volume dos troncos demonstrou aumento significativo (ao redor de 130%) no tocante ao crescimento dos eucaliptos tratados com os biossólidos úmido e seco em relação à testemunha sem aplicação de fertilizante, bem como teve resultado semelhante ao do tratamento com adubo mineral. Entretanto, não houve diferença significativa entre os tratamentos com a aplicação dos biossólidos úmido e seco. Com relação à nutrição mineral, foi observado aumento da concentração dos elementos P, Ca e Zn nas folhas com as maiores doses dos biossólidos e verificou-se efeito inverso de Mn. As concentrações foliares de todos os nutrientes nos eucaliptos tratados com os biossólidos mantiveram-se dentro dos limites observados usualmente nas plantações comerciais, não havendo sinais de desequilíbrio nutricional.

Revista Árvore – v. 32 – nº 5 – Viçosa – set./out. 2008

Link para artigo científico

Republicar