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parasitoides

Pequenos mumificadores

A vespa Aleiodes falloni, que deposita seus ovos...

eduardo shimbori / ufscarA vespa Aleiodes falloni, que deposita seus ovos…eduardo shimbori / ufscar

No Equador, em terras conhecidas por abrigarem tribos de índios que miniaturizavam as cabeças de seus inimigos, foram encontrados agora novos agentes mumificadores. São 24 novas espécies de vespas do gênero Aleiodes, habitantes da encosta leste dos Andes. Esses insetos, que medem entre quatro e nove milímetros de comprimento, foram descritos pelo biólogo brasileiro Eduardo Shimbori, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e o americano Scott Shaw, da Universidade de Wyoming (ZooKeys, 2014). As fêmeas injetam um ovo em uma lagarta específica, em cujo corpo a larva cresce e induz o endurecimento da pele da hospedeira, levando à sua mumificação. Em seguida, a larva completa seu ciclo de desenvolvimento no interior da lagarta.

... no corpo de uma lagarta e a mumifica

eduardo shimbori / ufscar… no corpo de uma lagarta e a mumificaeduardo shimbori / ufscar

Várias das espécies foram batizadas em homenagem a pessoas famosas, como a vespa Aleiodes shakirae. A referência à cantora colombiana Shakira vem da forma como a lagarta se contorce durante a mumificação. Segundo Shimbori, no Brasil existem ao menos 160 espécies desse gênero ainda não descritas. Desde 2010 ele se dedica a diminuir essa lacuna em um pós-doutorado supervisionado por Angélica Penteado-Dias, coordenadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Hymenoptera Parasitoides da Região Sudeste Brasileira. “Como parasitoides estão sempre associados a insetos que utilizam como hospedeiro, esse conhecimento é muito importante para a pesquisa relacionada à ecologia e à evolução, assim como a sua utilização no controle de pragas agrícolas”, completa o biólogo.

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