Imprimir PDF Republicar

Genética

As cores da América Latina

Ilustra Tecnociencia_255-2adaniel buenoQue a população latino-americana é muito miscigenada não é novidade para ninguém que já tenha andado por aqui. A grande base indígena, maior em algumas regiões do que noutras, a colonização ibérica, a escravidão de africanos e as várias ondas de imigrantes de outros continentes, sobretudo da Europa, deram origem a uma população heterogênea. Pesquisadores de vários países, inclusive o grupo coordenado pela geneticista Maria Cátira Bortolini, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), resolveram investigar como a genética, a aparência física e a autopercepção caracterizam a população no Brasil, no Chile, na Colômbia, no México e no Peru (PLoS Genetics, 25 de setembro). Com dados de 7 mil voluntários, o grupo verificou que a ancestralidade, muito variável entre países e regiões devido a fatores históricos conhecidos, tem um forte efeito sobre a aparência e portanto sobre a autopercepção. Mas alguns fatores, principalmente a cor da pele, se sobressaem e afetam diretamente como a pessoa se define – mesmo quando a genética não confirma a ancestralidade aparente. “As pessoas podem se achar mais africanas do que são pela cor da pele”, explica Maria Cátira. “Alguém com pele escura sempre tem alguma ascendência africana, mas talvez menos do que parece.”

Republicar