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Decisão aplicada

Biólogo especializado em genética é assessor científico em empresa e atua em entidades assistenciais

Carreiras_Foto Miguel 2013 (2)textoprofarquivo pessoal“Existe vida de pesquisa fora da academia”, garante Miguel Mitne Neto, assessor científico de Pesquisa e Desenvolvimento do grupo Fleury. “Infelizmente essas alternativas não são numerosas, mas existe muito conhecimento para ser explorado na universidade de forma mais eficiente”, diz. Formado em ciências biológicas na Universidade de São Paulo (USP), Mitne Neto, de 33 anos, está no Fleury desde 2011, onde desenvolve testes moleculares. Ele já participou de oito produtos desde a fase inicial até a entrada no mercado, três deles voltados a leucemias, além de um teste de identificação de mutações no vírus HIV. Contou para a sua contratação no Fleury o conhecimento que ele adquiriu em genética durante o doutorado, que teve financiamento da FAPESP, no Instituto de Biociências (IB) da USP, além da experiência nos doutorados sanduíche na Universidade da Califórnia em San Diego e no Baylor College of Medicine, ambos nos Estados Unidos.

A tese de doutorado de Mitne Neto foi orientada pela professora Mayana Zatz, do IB e coordenadora do Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CPGH-Cel), um dos centros de pesquisa, inovação e difusão (Cepid) da FAPESP. “O meu caminho natural seria a docência, mas eu me perguntava se conseguiria ser pesquisador fora da academia e decidi tentar essa possibilidade nos últimos seis meses do doutorado”, lembra Mitne Neto. Foi quando apareceu a oportunidade no Fleury, empresa que mantém parceria com CPGH-Cel. “Agora consigo fazer pesquisa básica e aplicada em produtos nos quais eu não conseguiria trabalhar até a última fase, quando se transforma em produto final, o que acontece de forma bem limitada na universidade.”

Durante o doutorado e ao longo de seus trabalhos acadêmicos, ele tomou contato com a esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença neurodegenerativa que é fatal após três a cinco anos do início da enfermidade. Até 10% dos casos apresentam histórico familiar; os 90% restantes compreendem pacientes esporádicos, em que  as causas são desconhecidas. Mitne Neto aprofunda na empresa um método para identificar uma proteína relacionada à ELA no organismo humano. Ele também atua como voluntário na função de coordenador científico da Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica (Abrela) e do Instituto Paulo Gontijo (IPG), uma entidade sem fins lucrativos que desenvolve ações para o avanço dos estudos científicos e do esclarecimento sobre a doença para profissionais, pacientes e familiares.

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