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contaminação

Dinheiro com pó

Tecnociencia_ilustra Bdaniel buenoA maior parte das notas de real que circulam na capital e em outros 10 municípios do Rio de Janeiro apresenta vestígios de cocaína, indica uma análise realizada por pesquisadores da Universidade Federal Fluminense. O químico Wagner Pacheco e sua equipe mediram a concentração do entorpecente em 144 notas de real de diferentes valores obtidas em diversos pontos comerciais das 11 cidades e constataram que, em média, 86% das notas continham níveis detectáveis da droga. As notas que apresentavam traços de cocaína com mais frequência foram as de menor valor: R$ 2, R$ 5 e R$ 10. Embora a presença da cocaína no dinheiro fosse amplamente disseminada, sua concentração praticamente não variou nas notas coletadas em diferentes regiões. A explicação, segundo os pesquisadores, é a alta circulação do dinheiro, em especial das notas de menor valor, dissemina rapidamente a contaminação pelo entorpecente (Forensic Science International, fevereiro de 2015). Pacheco e sua equipe acreditam que a espectrofluorimetria, técnica usada por eles para medir a concentração de cocaína nas cédulas de dinheiro, talvez possa ter uma validade forense: ajudar a identificar se uma pessoa manipulou ou não cocaína. Notas apreendidas pela polícia fluminense com traficantes e usuários da droga apresentavam concentrações de coca cerca de 30 vezes mais elevadas.

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