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Erupções vulcânicas

Um cronômetro para erupções

Supervulcão visto do espaço: golfo de Nápoles e a sequência de crateras de Campi Flegrei

ESA e Wikimedia commons Supervulcão visto do espaço: golfo de Nápoles e a sequência de crateras de Campi FlegreiESA e Wikimedia commons

Uma equipe internacional da qual participa a vulcanóloga brasileira Cristina De Campos reproduziu em laboratório o que acontece na câmara magmática dos vulcões, o local em que as rochas derretidas que formam os diferentes tipos de magma se misturam antes das erupções. O experimento permitiu estimar com mais precisão o tempo entre o preenchimento da câmara magmática e o início da mistura dos magmas e a expulsão por meio de uma erupção ou explosão. Nos casos analisados, esse intervalo foi inferior a uma hora, e não de dias, como se imaginava (Scientific Reports, setembro). Nos laboratórios coordenados por Donald B. Dingwell na Universidade Ludwig-Maximilian em Munique, Alemanha, Cristina submeteu dois tipos de magma do supervulcão de Campi Flegrei, em Nápoles, Itália, a temperaturas próximas às do interior dos vulcões e mediu o tempo necessário para que reagissem quimicamente e se misturassem. Na natureza, a descompressão dessa mistura libera gases que fazem o magma expandir e ser ejetado do vulcão. Com base nessas informações, os pesquisadores criaram um modelo matemático que permitiu estimar o tempo entre o início da mistura do magma e o seu derramamento. Testes com o material de três explosões de Campi Flegrei, o vulcão mais perigoso da Europa, indicaram que esse intervalo é inferior a uma hora. “Esse tipo de informação é importante para a defesa civil, uma vez que, preenchida a câmara magmática, o vulcão entra em erupção quase imediatamente”, diz Cristina. Ela calcula que a mesma estimativa de tempo valha para vulcões de composição semelhante.

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