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mudanças climáticas

Sorvedouros de carbono

Floresta em regeneração em meio a área de plantação de mandioca em Tefé, no Amazonas

Frans BongersFloresta em regeneração em meio a área de plantação de mandioca em Tefé, no AmazonasFrans Bongers

Proteger as florestas em regeneração pode ser uma forma eficiente de combater as mudanças climáticas. Metade das florestas do mundo está em recuperação e esse tipo de vegetação cresce mais rápido e sequestra mais dióxido de carbono (CO2) da atmosfera do que florestas intactas, que nunca foram convertidas em pastagem ou área agrícola. A conclusão é de um estudo internacional do qual participaram equipes das universidades federais de Pernambuco (UFPE) e do Sul da Bahia (UFSB), da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), em Minas Gerais, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP). Os pesquisadores quantificaram a capacidade de recuperação de 1.500 parcelas florestais espalhadas por oito países da América Latina. Eles verificaram que as florestas em regeneração ou secundárias se recuperam mais rápido em regiões onde chove mais e não onde o solo é mais fértil, como se pensava até então (Nature, 3 de fevereiro). Segundo os autores, em 20 anos, essas florestas recuperaram 122 toneladas de biomassa por hectare. Isso corresponde à absorção de 3,05 toneladas de CO2 por hectare por ano – quase 11 vezes mais do que a taxa de absorção das florestas primárias. Com base nesses dados, os pesquisadores produziram um mapa do potencial de recuperação de biomassa das florestas tropicais. A expectativa é de que ele seja usado para orientar a identificação e a preservação de áreas com baixa resiliência, mais difíceis de serem restauradas.

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