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Arqueologia

Chegando mais cedo à Austrália

Chris Clarkson / Copyright Gundjeihmi Aboriginal Corporation 2015 | Dominic O'Brien / Copyright Gundjeihmi Aboriginal Corporation 2015 Cabeça de machado (à esq.) encontrada em escavação no sítio arqueológico de Madjedbebe (à dir.), no Parque Nacional Kakadu, na AustráliaChris Clarkson / Copyright Gundjeihmi Aboriginal Corporation 2015 | Dominic O'Brien / Copyright Gundjeihmi Aboriginal Corporation 2015

A descoberta de cerca de 11 mil artefatos, como pedras de moagem e cabeças de machados, escavados a uma profundidade de 2,6 metros no Parque Nacional de Kakadu, norte da Austrália, indica que a ocupação do continente pelos aborígenes vindos da África pode ter começado há pelo menos 65 mil anos. Datados por meio de uma técnica chamada luminescência opticamente estimulada, usada para determinar a data da última vez em que um objeto foi exposto à luz do sol antes de ser coberto pela terra, alguns artefatos poderiam ter 80 mil anos. Essa descoberta antecipa em cerca de 20 mil anos a estimativa da chegada dos primeiros habitantes à Austrália. O coordenador do estudo, Chris Clarkson, professor da Universidade de Queensland, Austrália, encontrou os artefatos em 2015, escavando uma área já explorada do sítio arqueológico de Madjedbebe. Segundo ele, os resíduos de rochas e restos de fósseis sugerem a exploração da madeira como combustível e o consumo de sementes e raízes. Esse trabalho também indica que os primeiros seres humanos a chegarem à Austrália teriam convivido com animais como os marsupiais gigantes, do porte de um pequeno urso, durante cerca de 25 mil anos, antes de gradativamente causarem a extinção da megafauna (Nature, 20 de julho).

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