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Computação

Ciência de dados reconstrói a retórica da Revolução Francesa

A abertura dos Estados Gerais em Versalhes, 5 de maio de 1789, gravura de Isidore-Stanislas Helman (1743-1806) sobre desenho de Charles Monnet (1732-1808)

Isidore-Stanislas Helman / Biblioteca Nacional da França / Wikimedia Commons

Uma parceria entre especialistas em história, computação e ciências cognitivas está ajudando a mostrar como ideias surgiram e vicejaram logo após a Revolução Francesa (PNAS, 17 de abril). Os pesquisadores, vinculados às universidades de Indiana e Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, usaram técnicas de mineração de dados para analisar transcrições de 40 mil discursos da Assembleia Nacional Constituinte, o primeiro parlamento pós-revolução, que funcionou de 1789 a 1791. Os textos estão disponíveis no Arquivo Digital da Revolução Francesa e foram estudados por meio de um método que combina teoria da informação com estatística para rastrear padrões de uso de palavras nos debates da assembleia. Enquanto os representantes à esquerda no espectro político utilizavam uma retórica inovadora para apresentar suas ideias, os mais conservadores adotavam um discurso com combinações de palavras familiares para se opor a mudanças. “No início da revolução, havia muita novidade em andamento. Alguns conceitos sobressaíram, as pessoas passaram a gravitar em torno deles e os levaram adiante”, contou a historiadora Rebecca Spang, pesquisadora da Universidade de Indiana e coautora do estudo, segundo o serviço de notícias Eurekalert. A certa altura, o carisma dos oradores foi parcialmente neutralizado nos bastidores da assembleia com a criação de comitês para deliberar sobre temas específicos. “Os comitês se tornaram centros de poder por meio de seu conhecimento especializado”, disse o cientista da computação Alexander Barron, primeiro autor do estudo.

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