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Jiří Drahoš

Um pesquisador (quase) presidente

Jindrich Nosek/Wikimedia Commons O pesquisador Jirí Drahoš, que concorreu à Presidência da República TchecaJindrich Nosek/Wikimedia Commons

Por pouco, um pesquisador não foi eleito presidente da República Tcheca. O físico-químico Jiří Drahoš, de 68 anos, disputou a eleição com o social-democrata Miloš Zeman e conquistou 48% dos votos no segundo turno, realizado em janeiro deste ano. Zeman, de 73 anos, foi reeleito com 52% dos votos. Recém-chegado à política, Drahoš é pesquisador do Instituto de Processos Químicos Fundamentais de Praga e foi presidente da Academia Tcheca de Ciências de 2009 a 2017. Ele concorreu à eleição sem filiação a partido político e teve apoio de grupos de centro-direita. Com postura mais aberta à União Europeia, Drahoš promoveu uma campanha com duras críticas a Zeman, considerado uma voz pró-Rússia e contrário ao acolhimento de imigrantes. Durante a disputa, o pesquisador foi alvo de notícias falsas. Fotos dele com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, circularam na internet acompanhadas da afirmação de que ambos planejavam inundar a República Tcheca com imigrantes, informação desmentida por Drahoš. “Drahoš tem contato com Merkel, que também é química e o encorajou a entrar na política”, conta o engenheiro químico Roberto Guardani, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). Amigo de Drahoš, Guardani foi coorientado pelo tcheco em seu doutorado nos anos 1980. Nos últimos 30 anos, Drahoš esteve no Brasil cinco vezes como professor visitante da Poli-USP e para participar de congressos.

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